Presidente do PL Minas repercute obstrução de pauta no Congresso Nacional

Domingos Sávio voltou a defender a anistia ampla, geral e irrestrita; obstrução devem atingir Congresso e Senado

Deputados da oposição ao governo federal anunciaram, em entrevista coletiva, uma série de ações em resposta à prisão domiciliar determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro na noite da última segunda-feira (04). Chamado de "pacote da paz", a medida conta com a obstrução dos trabalhos dentro do Congresso e a exigência da votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro de 2023. O impeachment do ministro Alexandre de Moraes também foi pauta da coletiva e foi um pedido incluído no pacote.

Segundo os deputados, a obstrução deverá atingir tanto o Congresso quanto as votações previstas para entrarem em pauta no Senado Federal. O deputado federal Domingos Sávio, presidente do PL de Minas Gerais, defendeu a anistia ampla e irrestrita. "Pautar a anistia já vinha sendo um pedido nosso há meses e que o Alexandre de Moraes transformou a narrativa num pedido de impunidade. Sempre exigimos que cada condenado pudesse ter o direito à defesa, já que até isso foi usurpado. Chegou num ponto crítico e necessitamos a anistia geral", afirmou Domingos Sávio.

O deputado acredita que as ações implantadas pelo ministro estão colocando a democracia em risco. "Desde a redemocratização, é o momento mais grave que vivemos no país, onde uma única pessoa se dá o direito de passar por cima da Constituição Federal e ignorar qualquer tipo de prerrogativa do Congresso. Alexandre de Moraes é um carrasco que age acima da lei contra aqueles que têm opiniões contrárias às dele", apontou.

Domingos reforçou ainda que os presidentes da Câmara e do Senado precisam reagir. "Há semanas venho falando da importância do Hugo Motta abrir diálogo com os deputados sobre o processo de anistia. Não podemos ter um presidente que senta em cima de um projeto tão importante, onde milhares de famílias sofrem diariamente com a injustiça", concluiu.

Outros partidos também estão em articulação para que a obstrução seja aderida. A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada após Moraes entender que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao participar, por meio de terceiros, de atos públicos em redes sociais.